Falta de iniciativa não falta aos portugueses e know how também não, razões que fizeram Pedro Tavares, do grupo Just Fashion. fundarem uma nova marca de denim premium alicerçada na sustentabilidade. A Just.O e a sua irmã gémea My Fair By Just.O já andam por aí de mãos dadas a provar que quando queremos somos como os melhores.

Esta é a  segunda colecção do ano em termos de produção e de vendas da Just.O, como tem sido a experiência, já que tinham mais experiência no retalho, do que na produção?

Sim, esta é a segunda coleção no universo Just.O, que se subdivide em Just.O para homem e My Fair by Just.O para mulher. A experiência tem sido boa, especialmente, e como prevíamos, verificámos uma maior penetração de mercado da My Fair by Just.O, uma vez que o mercado feminino é mais aberto a este tipo de produto. É verdade que a Just Fashion tem muita experiência ao nível do retalho, mas trabalhamos com uma equipa que tem uma vasta experiência na produção, o que facilitou o processo.

Como caracterizam a nova colecção que produzem e que nicho de mercado pretendem atingir?

A coleção Just.O é constituída por um mono produto, o denim. Caracteriza-se pela alta qualidade, nomeadamente das matérias primas usadas na execução de cada peça. Trabalhamos com as melhores matérias primas disponíveis, designadamente de denim, como é o casa da Candiani, uma referência neste segmento. O nosso objetivo é atingir o segmento de mercado médio alto, que é o segmento em que nos inserimos.

Em que medida o fair trade &craft  e People Maters podem ser uma mais valia para empresa. Como estão a comunicar este principio?

Estes foram, desde logo, pilares na idealização do projeto. O nosso objetivo sempre foi ter uma marca com preocupações ambientais e que privilegie, na cadeia de valor, a dignidade na sua produção. O People Matters traduz-se no facto de conhecermos, nas várias fases de produção, quem nos faz as peças. A produção é feita de pessoas para pessoas. E não foi por acaso que decidimos que cada modelo de calças tivesse o nome de uma pessoa. No caso da  My Fair by Just.O, nomes de mulheres, na Just.O, nomes de homens. O Fair Trade & Craft foi a forma de garantirmos que o processo de produção é digno e feito em locais em que sabemos que são respeitadas todas as normas de trabalho justo, de salário, entre outras.

Como pensam encaixar esta nova marca dentro da filosofia do vosso grupo?

É muito simples, encaixando dentro da nossa listagem de clientes. Verificámos que havia uma falha no mercado para este tipo de produto, uma marca de denim de segmento médio alto. A Just.O veio colmatar esta falha, encaixando-se perfeitamente no leque de marcas que representamos.

Apesar das dificuldades que se advinham no mercado, quais seriam os objectivos futuros em termos de crescimento e projecção da marca. Por exemplo,  é uma marca só para o mercado interno ou imaginam que pudesse voar e ganhar a notoriedade de outras marcas que representam no momento?

Desde o início que sabíamos que este projeto não se destinaria apenas ao mercado interno, seria um projeto com o objetivo de ir para o mercado da exportação. Existem já vários países, essencialmente na Europa, que estão interessados em representar a marca. Era um processo que iria ter uma evolução neste primeiro semestre do ano e que, infelizmente, pela situação que vivemos neste momento, ficou em stand by. Prevemos que esta questão seja retomada durante o próximo ano, porque imaginamos que esta situação não terá solução até ao final do ano. Acreditamos que no próximo ano voltaremos novamente a considerar as hipóteses que existem fora do mercado português.

Quantos pessoas estão envolvidas no projecto, digamos quem é o vosso núcleo duro?

Eu próprio, pela experiência que tive na venda desta categoria de produto, e o Paulo Santos, Project Manager da marca, responsável pela conceção e pela ligação com a fase de produção. Fomos nós que idealizámos e começámos a construir o projeto há cerca de um ano meio/dois anos. Entretanto, temos já várias pessoas envolvidas no projeto, designadamente todas as pessoas responsáveis pela conceção do produto. Estamos também, neste momento, a alargar o número de pessoas com quem trabalhamos, porque vamos lançar brevemente a nossa loja online .